Após interdição do Iphan e reajuste contratual para obras, Igreja da Boa Viagem deve avançar em projeto de restauração

A paróquia da Boa Viagem, no Pelourinho, interditada desde fevereiro após o desabamento de uma igreja, está prestes a ter seu projeto de restauração retomado. O templo, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), passará por intervenções significativas após um reajuste contratual entre o Iphan e uma empresa especializada em arquitetura e engenharia.
O projeto, que engloba a restauração da Igreja e Hospício da Boa Viagem, tem um contrato de 13 meses, com início previsto para 17 de março de 2025 e término em 17 de abril de 2026, totalizando um investimento de R$ 6,7 milhões. O processo licitatório ocorreu em 2023, mas a falta de disponibilidade orçamentária adiou o início das obras. Em março deste ano, a Mehlen Construções, empresa responsável pelo projeto, solicitou um reajuste contratual devido ao intervalo de tempo entre a proposta e a assinatura do contrato.
A Igreja e o Hospício da Boa Viagem formam um conjunto arquitetônico tombado individualmente pelo Iphan, incluindo todo o seu acervo. A restauração se faz necessária devido ao estado de conservação do local. O Ministério Público Federal (MPF) inclusive, acionou a União e o Iphan para garantir a restauração. Em resposta, o Iphan na Bahia contratou os projetos executivos de arquitetura, engenharia e restauração.
O objetivo da restauração é sanar problemas estruturais e danos causados por intervenções anteriores, intempéries e envelhecimento dos materiais, garantindo a integridade e longevidade do monumento. Além disso, busca-se a sustentabilidade econômica do local através da implantação de um hotel de cunho religioso no antigo hospício, atualmente sem uso, e a construção de um auditório para eventos.
A iniciativa visa impulsionar o turismo religioso, aproveitando a proximidade com o Santuário de Santa Dulce dos Pobres e a Igreja do Bonfim, locais de peregrinação que integram o "Caminho da Fé", projeto de requalificação urbana da Prefeitura de Salvador.
Além da Igreja da Boa Viagem, a Mehlen Construções também está envolvida na execução de serviços emergenciais na Igreja de São Francisco de Assis, após o desabamento parcial do teto que resultou na morte de uma turista e ferimentos em outras pessoas em fevereiro deste ano. Na ocasião, a empresa foi contratada para estabilizar, remover e acondicionar os elementos do forro e da cobertura da igreja, também tombada pelo Iphan.