Decreto de Trump sobre eleições pode excluir direito a voto de milhões e será contestado na Justiça

A nova ordem executiva do presidente Donald Trump, que impõe a comprovação de cidadania para o registro eleitoral nos EUA, já enfrenta forte oposição e ameaças de ações judiciais. Trump justificou a medida, citando Brasil e Índia como modelos de segurança eleitoral.
Críticos, como a Associação Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), argumentam que a exigência pode impedir milhões de americanos de votar, especialmente aqueles sem fácil acesso a documentos comprobatórios de cidadania, estimados em 21,3 milhões de pessoas, segundo o Centro Brennan.
A ordem de Trump reacende a antiga narrativa de que imigrantes ilegais votam em massa, uma alegação desprovida de evidências. A legislação americana proíbe não cidadãos de votar, sujeitando infratores a penalidades severas.
A ACLU classifica o decreto como uma manobra de supressão de eleitores baseada em falsidades e destinada a gerar medo e divisão. Dados recentes mostram que a ocorrência de votos ilegais é ínfima. Em Ohio, por exemplo, apenas uma pequena fração dos eleitores registrados levanta suspeitas de não cidadania. Casos semelhantes de falsos positivos foram registrados no Alabama e na Geórgia.
Para a ACLU, o decreto é inconstitucional, pois usurpa a autoridade do Congresso e dos estados para definir regras eleitorais. A exigência de um formulário federal para comprovar a cidadania é considerada excessiva, especialmente para cidadãos que podem ter dificuldades em obter ou atualizar documentos. A medida, segundo a ACLU, pode marginalizar eleitores legítimos devido a mudanças de nome, falta de documentos atualizados ou dificuldades financeiras para obtê-los.