MPT aponta assédio moral generalizado no Ministério dos Direitos Humanos mesmo após saída de Silvio Almeida

O Ministério Público do Trabalho (MPT) investiga a ocorrência generalizada de assédio moral no Ministério dos Direitos Humanos, transcendendo o alto escalão. As suspeitas persistem mesmo após a saída do ex-ministro Silvio Almeida, afastado em meio a acusações de assédio e importunação sexual, incluindo um caso envolvendo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Um inquérito do MPT, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, apura os casos. A Polícia Federal, com supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF), continua investigando o episódio que culminou no afastamento de Almeida.
Inicialmente, o MPT focava as investigações no alto escalão e servidores próximos a Almeida. Contudo, depoimentos de vítimas e testemunhas indicam que a prática de assédio moral se manteve mesmo após a mudança de gestão, evidenciada pelo aumento de afastamentos por problemas de saúde mental e alta rotatividade de funcionários.
O Ministério dos Direitos Humanos, sob a gestão da ministra Macaé Evaristo, afirma que todas as denúncias estão sendo investigadas. Ao final do inquérito, o MPT poderá firmar um acordo para adoção de medidas de combate ao assédio moral ou, em caso de maior gravidade, acionar a Justiça do Trabalho e aplicar multa.
Em janeiro, o Ministério dos Direitos Humanos informou à Controladoria-Geral da União (CGU) sobre "sérios indícios" de retaliação contra uma funcionária que denunciou assédio moral e sexual durante a gestão de Almeida. A Advocacia-Geral da União (AGU) está conduzindo a apuração deste caso específico.