Infértil: Pressão alta diminui quantidade de espermatozoides no sêmen desde a juventude, diz estudo

Publicado em 20/03/2025 às 19:27:23
Infértil: Pressão alta diminui quantidade de espermatozoides no sêmen desde a juventude, diz estudo

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista Scientific Reports, revelou que a hipertensão arterial afeta negativamente a qualidade do esperma. A pesquisa indica uma ligação entre a pressão alta e a diminuição da concentração de espermatozoides no sêmen, além de danos ao acrossoma, estrutura essencial para a fertilização.

O professor Stephen Rodrigues, do ICB-USP, que liderou o estudo, expressou preocupação com a queda de aproximadamente 50% na concentração de espermatozoides observada nos últimos 50 anos, tanto em indivíduos hipertensos quanto não hipertensos. Ele ressalta a importância de pesquisas para entender e reverter essa tendência, que pode comprometer a reprodução humana no futuro.

Segundo a pesquisa, a queda na qualidade do sêmen em homens hipertensos se inicia na juventude e persiste ao longo da vida. A pressão alta também prejudica a microcirculação nos testículos, levando à morte de espermatozoides. Rodrigues enfatiza que mesmo períodos curtos de pressão arterial elevada podem causar danos irreversíveis à saúde reprodutiva.

O estudo também avaliou a eficácia de medicamentos para hipertensão na qualidade do sêmen. A losartana não reverteu os danos, mas a prazosina demonstrou capacidade de modificar parte dos danos observados. Para o professor, a combinação de agentes que reduzem a mortalidade com outros que preservam a função reprodutiva pode ser um caminho promissor.

Vale ressaltar que a pesquisa foi conduzida em ratos, com idades equivalentes a jovens adultos e adultos de meia-idade humanos. Os resultados indicam que apenas reduzir a pressão arterial pode não ser suficiente para proteger a saúde reprodutiva masculina.