Idosa agredida na Argentina aciona Justiça contra ministra de Segurança

Uma idosa de 87 anos, Beatriz Blanco, foi agredida durante um protesto de aposentados em Buenos Aires, sofrendo um traumatismo craniano após ser atingida por um cassetete na cabeça. O incidente, ocorrido em meio a uma manifestação contra cortes nos benefícios previdenciários e suspensão da cobertura de medicamentos pelo governo de Javier Milei, foi registrado em vídeo e viralizou.

O advogado de Beatriz, Adrián Albor, entrou com uma ação judicial contra a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, e os responsáveis pelo operativo policial, acusando-os de lesões leves agravadas e abuso de autoridade. Albor classificou o caso como uma violação de direitos humanos.

Inicialmente socorrida no Hospital Médico Policial Churruca Visca, Beatriz foi transferida para o Hospital Argerich, onde foi diagnosticado o traumatismo craniano. Apesar de receber alta, ela ainda sente fortes dores de cabeça, conforme relatado por Juan Marino, do Partido Piquetero, que a visitou.

A resposta da ministra Bullrich gerou controvérsia, ao se referir à vítima como "jubilada patotera e pegapalos", contrariando as imagens que mostram Beatriz em atitude pacífica no momento da agressão.

O protesto, que também contou com a participação de torcidas organizadas e sindicatos, foi marcado pela repressão policial, com uso de gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos d'água. Além de Beatriz, o fotógrafo Pablo Grillo foi gravemente ferido por um cartucho de gás lacrimogêneo e permanece internado na UTI.

Após a detenção de 124 manifestantes, a Justiça de Buenos Aires determinou a libertação de 114 deles, alegando violação de direitos constitucionais. O balanço oficial apontou 53 feridos e prejuízos materiais estimados em 275 milhões de pesos.