Vacina da dengue não será ofertada em escolas pois disponibilidade é restrita, diz Padilha

Em meio ao debate sobre a vacinação nas escolas, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esclareceu que a vacina contra a dengue não será incluída no calendário escolar devido às suas restrições de recomendação e disponibilidade. A declaração foi feita durante um evento de doação de sangue em São Paulo.
Padilha explicou que o Ministério da Saúde segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a vacinação contra a dengue para uma faixa etária específica, atualmente entre 10 e 14 anos no SUS. Ele ressaltou que o governo brasileiro adquiriu toda a produção da vacina Qdenga, aprovada para pessoas de 4 a 60 anos, mas a grande aposta é no imunizante em desenvolvimento pelo Instituto Butantan. Segundo o ministro, a produção nacional permitirá ampliar a vacinação e implementar um programa mais abrangente.
Especialistas já apontaram que a ausência da vacinação nas escolas contribui para a baixa cobertura vacinal contra a dengue. Padilha também mencionou que a falta de disponibilidade do imunizante em todos os municípios é um obstáculo para sua inclusão no calendário escolar, que prioriza vacinas com ampla distribuição.
Questionado sobre a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe o bloqueio hormonal para crianças e adolescentes transexuais, o ministro preferiu não comentar, argumentando que a medida ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.
Sobre o Programa de Atenção à Saúde da População Trans (PopTrans), lançado em dezembro do ano passado e atualmente paralisado, Padilha afirmou que pretende trabalhar para cuidar de toda a população brasileira, respeitando suas diferenças e garantindo serviços adequados. Ele destacou as prioridades iniciais de sua gestão, como a campanha de vacinação, a promoção da saúde nas escolas e o combate à dengue, além de ações voltadas para a saúde integral das mulheres e da população indígena. O ministro prometeu reduzir o tempo de espera para atendimento especializado e otimizar os serviços de saúde, mas não estabeleceu prazos para a retomada do programa PopTrans, indicando que o tema será tratado em conjunto com especialistas e representantes da sociedade.