Putin declara cessar-fogo na Ucrânia durante a Páscoa

Publicado em 19/04/2025 às 20:46:55
Putin declara cessar-fogo na Ucrânia durante a Páscoa

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou um cessar-fogo temporário na Ucrânia em razão da Páscoa, com início às 18h deste sábado e duração até a meia-noite de domingo, horário de Moscou. Putin instruiu o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Guerasimov, a ordenar a suspensão das atividades militares e expressou expectativa de que Kiev também respeite a trégua, embora tenha ordenado que as tropas russas estejam preparadas para revidar qualquer ataque ucraniano.

Em resposta, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, questionou a sinceridade do anúncio, mencionando ataques de drones em curso. O chanceler ucraniano, Andrii Sibiha, manifestou o desejo de ver "fatos, não palavras" de Moscou, reiterando a posição de Kiev em relação à proposta de um cessar-fogo de 30 dias apresentada em uma reunião na Arábia Saudita em março.

Paralelamente, Rússia e Ucrânia realizaram uma troca de prisioneiros neste sábado. Segundo Zelenski, 277 militares ucranianos retornaram para casa, enquanto o Ministério da Defesa russo informou que 246 militares foram entregues por Kiev, além de 31 prisioneiros de guerra feridos. Os prisioneiros russos estão recebendo atendimento médico e psicológico em Belarus.

Putin também mencionou que a Rússia aprecia os esforços de EUA, China e países do Brics para encontrar uma solução pacífica para o conflito.

No contexto de possíveis negociações, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pode desistir de tentar resolver a guerra se Moscou e Kiev dificultarem o encerramento do conflito. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, reforçou essa posição, indicando que os EUA abandonarão os esforços de mediação se não houver progresso claro em breve. Essa postura coincide com um acordo entre EUA e Ucrânia sobre a exploração de minerais raros, visto como uma forma de compensar o apoio financeiro dado a Kiev.

O anúncio do cessar-fogo ocorre após um dos ataques mais mortíferos contra civis, em Sumi, no último domingo, que resultou na morte de ao menos 34 pessoas.