Policial Federal preso por planejar assassinato de Lula e Moraes é baiano; família faz vaquinha para pagar advogados
O policial federal envolvido no planejamento de um assassinado do presidente Lula, do seu vice, Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, é baiano, natural de Salvador. Segundo informações da TV Bahia, o agente identificado como Wladimir Matos Soares, tem 53 anos e está na corporação há 22 anos.
O policial foi nascido e criado no bairro de Roma, na região da Cidade Baixa, na capital baiana. O soteropolitano, conhecido também como “Mike Papa”, de acordo com reportagem do Jornal Correio, era considerado um “heroi” por populares e vizinhos da Rua Raimundo Bizarria.
Por conta de sua prisão, a família de Mike, que está sob custódia da Polícia Federal, organizou uma vaquinha para pagar advogados de defesa.
Moradores da localidade teriam ficado surpresos com a prisão de Soares, que tinha admirações de muitas pessoas da região.
"Não tem o que falar dele aqui. É um cara gente boa, cresceu com a gente aqui. Fui na oficina consertar meu carro lá em Massaranduba e o assunto é esse lá também. Todos sem acreditar no que está acontecendo. Sempre foi um cara do bem, trabalhador e considerado um herói pelo trabalho na polícia. Todo o pessoal aqui o admira e se assustou com a notícia", afirmou um ex-vizinho de Wladimir em formato anonimo ao Correio.
A carreira de Soares se iniciou no setor de inteligência Secretaria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) em 2008. Ele atuou na Polícia Federal em Salvador antes de ser transferido para Brasília.
Segundo a PF, o baiano foi relacionado ao plano de execução por usar seu cargo para repassar informações privilegiadas para outros alvos da investigação e para integrantes do governo de Jair Bolsonaro (PL).
O policial chegou a participar da equipe de segurança do hotel onde atuava a equipe de transição do governo Lula. Em materiais da investigação apresentadas pela PF ao STF, está uma mensagem enviada pelo agente baiano a Sérgio Cordeiro, assessor especial da Presidência da República, em 13 de dezembro de 2022.
De acordo com o G1, um dia antes, bolsonaristas tentaram invadir o edifício-sede da PF. Na ocasião, Soares revelou que uma equipe do Comando de Operações Táticas da PF foi enviada para o hotel Meliá, que recebia a equipe de transição de Lula.
Ainda conforme a PF, o soteropolitano aproveitava a proximidade com o assessor especial para conseguir confirmar com a equipe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alguns dados acerca dos integrantes da equipe de segurança pessoal de Lula.
No entanto, um membro da Polícia descobriu a participação do baiano no ato e que ele participava do acampamento junto ao quartel-general do Exército, em Brasília.
Após a descoberta, o agente criado em Salvador foi afastado de funções que o estivesse próximo à equipe de transição.