PM é preso suspeito de agredir oficial de justiça no Dia da Mulher em Minas Gerais

Publicado em 11/03/2025 às 18:05:50
PM é preso suspeito de agredir oficial de justiça no Dia da Mulher em Minas Gerais

Um sargento da reserva da Polícia Militar de Minas Gerais, identificado como Daniel Wanderson do Nascimento, de 49 anos, foi preso em flagrante no sábado (8), Dia Internacional da Mulher, em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele é acusado de agredir uma oficial de justiça, Maria Sueli Sobrinho, de 48 anos, com uma cabeçada e um soco no rosto.

Segundo o relato da oficial de justiça à polícia, a agressão ocorreu quando ela tentava entregar uma intimação ao enteado do policial, um homem de 27 anos. O sargento teria se apresentado como o intimado, recebido os documentos e repassado ao enteado. Maria Sueli o advertiu para que não se identificasse falsamente, o que teria irritado o PM, que duvidou da sua função como oficial de justiça.

A oficial de justiça então buscou sua identificação funcional para comprovar sua legitimidade e informou que acionaria a polícia por intimidação e desacato. Nesse momento, segundo o registro policial, o policial militar teria desferido a cabeçada e o soco, causando sangramento e a queda da vítima.

Após o ataque, a oficial de justiça acionou a polícia, mas o PM fugiu. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram a vítima com ferimentos no rosto.

A Justiça Militar destacou que o policial chegou a assinar a notificação destinada ao enteado, o que deu origem ao conflito. Após denúncias anônimas, policiais militares foram até a residência do acusado, onde foram recebidos com hostilidade. O sargento resistiu à prisão, sendo necessário o uso de algemas. Mesmo algemado, ele teria continuado a proferir ameaças e agressões.

A Polícia Militar informou que está tomando todas as providências cabíveis e que a Corregedoria da PM acompanha o caso.

As Justiças comum e militar decretaram a prisão preventiva do policial, justificando a decisão pela necessidade de garantir a ordem pública e evitar a reiteração de crimes, considerando a gravidade dos fatos. A juíza Juliana de Almeida Teixeira Goulart também destacou que o suspeito teria se valido de sua posição na Polícia Militar para intimidar a vítima e resistir à prisão, agredindo outros agentes. O pedido de liberdade provisória da defesa, que alegou que o PM tem câncer na medula óssea e precisa de tratamento contínuo, foi negado.

Apesar disso, a Justiça Militar determinou a transferência do policial para uma unidade prisional em Contagem, próxima ao Hospital da PM em Belo Horizonte, para que ele possa continuar o tratamento contra o câncer, iniciado há dois anos.

A audiência de custódia na Justiça Militar foi realizada no domingo (9), e na Justiça comum, na segunda-feira (10).

Na Justiça comum, o policial é suspeito de lesão corporal qualificada, falsa identidade, resistência à abordagem e desacato a autoridade. Já na Justiça Militar, ele pode responder por recusa de obediência, descumprimento de missão, ameaça e desacato a superior. A defesa do policial nega as acusações e alega presunção de inocência, afirmando que até o momento existe apenas a versão da vítima.