PF cumpre mandado em Ilhéus contra empresário ligado a ex-prefeito preso em nova fase da Operação Overclean

Publicado em 05/04/2025 às 17:41:48
PF cumpre mandado em Ilhéus contra empresário ligado a ex-prefeito preso em nova fase da Operação Overclean

A Polícia Federal deflagrou, neste sábado (5), a terceira fase da Operação Overclean em Ilhéus, Bahia, cumprindo mandado de busca e apreensão contra Samuel Franco, conhecido como Samuca. O empresário do ramo imobiliário é apontado como operador financeiro do esquema investigado e possui ligações com Carlos André Coelho (União), ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória, que já havia sido preso em etapa anterior da operação.

Durante a ação, foram apreendidos diversos dispositivos eletrônicos e uma grande quantidade de documentos relacionados a imóveis, conforme noticiado pela Coluna Mirelle Pinheiro.

A nova fase da Overclean, iniciada na quinta-feira (3), ampliou o escopo das investigações para incluir figuras ligadas ao União Brasil. Entre os alvos está Bruno Oitaven Barral, secretário de Educação de Belo Horizonte, que foi afastado do cargo por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A nomeação de Barral para a secretaria teve o apoio político de ACM Neto (União) e do empresário José Marcos de Moura, do setor de limpeza.

A Operação Overclean apura um esquema bilionário de fraudes em licitações, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, com ramificações em vários estados. As investigações estimam que o grupo criminoso movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão em contratos fraudulentos, principalmente relacionados ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) na Bahia.

Carlos André Coelho foi preso em dezembro de 2024, sob a acusação de intermediar repasses ilegais em contratos que totalizam R$ 170 milhões. Na ocasião, a PF apreendeu R$ 1,5 milhão em um avião. As investigações também apontam para a existência de operações suspeitas nos estados de São Paulo, Maranhão, Pará e Piauí.

Interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal revelaram o uso de linguagem codificada, com termos como “encomendas” e “robalos”, sugerindo que Carlos André integrava o núcleo operacional do grupo, exercendo influência sobre decisões administrativas em órgãos públicos.