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"Nada de novo aconteceu por falta de uma engrenagem maior", opina empresário Fábio Almeida sobre Carnaval de Salvador

Publicado em 21/08/2024 às 03:04:24
"Nada de novo aconteceu por falta de uma engrenagem maior", opina empresário Fábio Almeida sobre Carnaval de Salvador

Qual o segredo para manter o sucesso do Carnaval de Salvador? Novos espaços? Criação de novos blocos? Saída das agremiações tradicionais dos circuitos da festa? Os questionamentos foram muitos após um ano de sucesso, porém, de preocupação. Em 2024, o Carnaval de Salvador chegou a registrar cerca de 3 milhões de pessoas nas ruas, com risco de superlotação no circuito Dodô (Barra-Ondina) em um dos dias da festa.

Em entrevista ao NotaBaiana, Fábio Almeida, sócio-diretor da Join Entretenimento, falou sobre o cenário atual do Carnaval e a importância de revisitar o modelo da festa. Para o empresário, é necessário se atentar às queixas dos foliões para oferecer uma festa melhor ao público.

"Eu não sou pessimista, mas eu também não tenho essa visão de que está tudo lindo, tudo certo, tudo maravilhoso. Nem que tudo vai ser uma catástrofe. Mas entendo que é necessário que todos os agentes do Carnaval parem para refletir mesmo quais serão os próximos passos do Carnaval. O que eu ouço falar é que os camarotes estão vendendo bem e que os poucos blocos que ainda estão na rua também estão vendendo bem. O fato é, que a gente tem um gargalo, um ponto do Carnaval que diz respeito a corda, não é nem ao cordeiro, é a corda. Tem um estrangulamento, um afunilamento do público que tem algo que precisa ser levado em consideração. Esse modelo precisa ser revisitado."

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Entre as queixas dos foliões, além da superlotação, do aperto dentro das cordas e da organização dos ambulantes, foi citada a necessidade de voltar o olhar para os invisibilizados na folia e para a tradição da festa, opinião que é compartilhada com empresários da cena.

Junto ao público, Almeida, que já atuou com artistas como Margareth, Saulo, Netinho, Ivete Sangalo, acredita na necessidade de investir em novos nomes da música baiana, mas pontua que mesmo com o surgimento de novos artistas, o mercado ainda não consegue olhar para eles com um potencial comercial.

"Entendo que é necessário que todos os agentes do Carnaval parem para refletir mesmo quais serão os próximos passos do Carnaval. Existe uma prosperidade artística muito grande, muito mais nos movimentos populares, na linha do Kannalha, O Poeta, e isso vem surgindo muito na Bahia. As pessoas podem não gostar, mas isso tem acontecido. Do ponto de vista do mainstream, isso não tem acontecido. Não se sabe se é porque os antigos não dão espaço, ou se é porque ele perde o fôlego. Não é que não tem uma renovação na música, tem. Mas essa, de um apelo mais comercial, de bloco, não tem tido há alguns anos."

Em recente entrevista ao NotaBaiana, a cantora Melly defendeu a renovação da música de Carnaval.

“A música, ela se transmuta. O público, ele também muda. O Carnaval já é outra coisa do que se foi. Eu sei que o Axé foi um movimento forte, e graças a Deus que esse movimento rolou porque trouxe uma atenção pra Bahia. O axé trouxe essa atenção pra gente e a gente acabou querendo continuar fazendo a mesma coisa. Aquilo que eu falei de ‘vamos jogar seguro, pra isso aqui continuar reverberando’, mas esse jogar seguro acabou limitando as possibilidades artísticas, as possibilidades de música."

Foto: Alfredo Filho/ Secom

Para Almeida, o Carnaval se fortaleceu ainda mais com os movimentos populares que traduzem o sentimento e a energia do que é ser baiano, como a banda BaianaSystem, que ele afirma ser "um fenômeno necessário para a Bahia" e a novidade da festa, mesmo com 15 anos de estrada. O empresário aponta que este deve ser o caminho seguido para manter o sucesso de um dos eventos mais tradicionais do mundo.

"A minha visão não é pessimista, mas ela é muito realista. Nada de novo aconteceu em formato, nos últimos anos, por falta de uma engrenagem maior que é o que está por trás. Carnaval tem que ser discutido o ano inteiro, se você vai fazer um festival de dois em dois anos, como é o Rock in Rio, você discute na semana seguinte que um acaba, porque não podemos tratar o Carnaval da mesma forma, já que rola tanta renda e é tão importante para a Prefeitura e para o Estado? De fato, é inteligente, além de necessário, trazer o turista não apenas para os camarotes, para os blocos de corda, mas fomentar a Bahia mais cultural, a saída do Olodum, a saída do Ilê, a saída do Gandhy. Porque o Carnaval é muita coisa e pouca coisa é publicizada, mas muita coisa acontece e que torna ele rico."

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