Na Antena 1, Éden Valadares diz que é preciso "repensar a relação do grupo com a cidade"

Publicado em 18/11/2024 às 13:25:43
Na Antena 1, Éden Valadares diz que é preciso "repensar a relação do grupo com a cidade"

Presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, fez uma reflexão sobre os desempenhos eleitorais do partido em Salvador e destacou o caminho da autocrítica como solução, em entrevista concedida ao BN no Ar, na Antena 1, nesta manhã de segunda-feira (18).

“O recado das eleições municipais em Salvador é que precisamos ter humildade para investigar onde temos errado tanto. Desde 2016, nosso grupo vem perdendo no primeiro turno. Antes, a justificativa é que não chegávamos ao segundo turno porque as candidaturas da base eram pulverizadas, mas neste ano reunimos as forças em torno do vice de Jerônimo Rodrigues (PT),” afirmou.

O dirigente ressaltou que o problema não está personalizado nas figuras políticas. “Então não podemos responsabilizar as candidaturas, o que podemos fazer é repensar a relação do nosso grupo com a cidade. O que eu percebo é que perdemos o nosso posicionamento sobre um programa para a cidade, com a devida capacidade crítica. Ficamos presos as intervenções do governo estadual do PT na capital baiana, entretanto, as agruras sociais de Salvador não são tocadas pelo partido.”

Éden também chamou atenção para a atuação mais destacada que a sigla já teve na cidade. “Já tivermos umas bancada de vereadores com Zezéu Ribeiro, Zilton Rocha, Emiliano José que acumulavam intervenções e simplesmente paramos. Então, precisamos refletir sobre a ascensão do grupo rival, organizado em torno do ex-prefeito, ACM Neto (União), e a estagnação da esquerda. Isso no âmbito municipal, pois na esfera estadual e federal não há declínio, continuamos bem votados,” refletiu.

O político reiterou que a preocupação do PT não deve ser a decisão por nomes, mas sim pela tomada de consciência do novo momento econômico e social da capital baiana.

“Não sei se o momento é de escolher candidatura para prefeitura, o mergulho é um pouco mais profundo, a cidade mudou muito. Precisamos reconectar a militância do partido com a nova classe trabalhadora de Salvador, que está no mercado informal, bem como no setor de serviços, sob pena de não conseguir representar as novas demandas desta classe,” concluiu o presidente estadual do PT.