Mesmo inelegível, Bolsonaro quer registrar chapa com um dos filhos como vice para 2026; entenda
Em meio aos rumores dos últimos meses de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderia apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou até mesmo a própria esposa Michelle Bolsonaro (PL) para as eleições de 2026, informações de fontes próximas apontam que Bolsonaro pretende, na verdade, registrar o próprio nome ao planalto, mesmo inelegível, tendo um de seus filhos como candidato a vice.
A estratégia do ex-presidente, segundo o portal UOL, é colocar um de seus filhos para a posição para que, mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indefira o seu registro, a chapa continue sendo encabeçada pelo sobrenome Bolsonaro.
A ideia seria “confundir” a cabeça de parte dos eleitores, que pensaria estar votando no Bolsonaro pai. Por isso, para Bolsonaro, quanto mais tempo o TSE demorar para impugnar sua candidatura, mais tempo ele teria para fazer a campanha como se fosse um candidato de verdade.
O ex-ministro do TSE, Henrique Neves, explicou ao UOL que a justiça eleitoral viveu uma situação bem semelhante com a candidatura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2018, quando o petista estava inelegível por conta de sua condenação pela Operação Lava-Jato.
“Em 2018, Lula acabou substituído por Haddad. Em princípio, conseguiu fazer campanha até que o plenário do TSE indeferisse o registro”, afirmou Neves.
QUAL DOS FILHOS SERIA O VICE?
A apuração do UOL chegou a informação de que Bolsonaro ainda não decidiu qual de seus filhos comporia a chapa consigo. Entretanto, o nome mais cotado é o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), cuja possibilidade de candidatura ao planalto já foi anunciada até mesmo pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
O ex-presidente, na verdade, gostaria de ver o filho candidato ao governo de São Paulo, mas para isso teria que descartar Tarcísio, quem avalia estar praticamente reeleito. Fontes do PL avaliam que Tarcísio poderia servir melhor a Bolsonaro como cabo eleitoral de Eduardo ao Planalto.
A ex-primeira-dama, Michelle, também tem o sobrenome adequado, mas Bolsonaro não cogita tê-la como candidata a vice, pois só “confia mesmo” nos filhos. E esta não seria a primeira vez que o ex-presidente teria provocado uma racha familiar por conta de política. Em 2000, quando a sua ex-esposa Rogéria quis ser candidata a vereadora pelo Rio de Janeiro, ele lançou o filho Carlos para impedir que os votos do sobrenome Bolsonaro fossem para ela.
Eduardo e Flávio, à época, ficaram do lado da mãe, enquanto Carlos permaneceu ao lado do pai e conseguiu ser eleito para o cargo que ocupa até hoje e para o qual foi reeleito cinco vezes.