Melly comemora sucesso de ‘Amaríssima’ e estreia de turnê em Salvador: “Nunca imaginei”

Publicado em 30/08/2024 às 11:24:46
Melly comemora sucesso de ‘Amaríssima’ e estreia de turnê em Salvador: “Nunca imaginei”

Com mais de 270 mil ouvintes, Melly, de 23 anos, é dona de uma curta, porém notável discografia. Na cena musical desde 2018, a cantora, compositora e produtora - além de estudante de Direito - conquistou o público brasileiro com suas canções melódicas e poéticas e ganhou, em 2023, o Prêmio Multishow na categoria Artista Revelação.

Acumulando trabalhos recentes com artistas veteranos como Saulo Fernandes, Russo Passapusso e Liniker, Melly lançou em maio deste ano o seu primeiro álbum, “Amaríssima”, pelo selo Slap, da gravadora Som Livre, e um curta-metragem homônimo inspirado nas canções que compõem o disco. Três meses depois, nesta sexta-feira (30), a artista fará sua estreia com a turnê do álbum na praça Quincas Berro D’Água, no Centro Histórico de Salvador, em um show que teve os ingressos esgotados três dias após o começo das vendas.

Ao BN, a cantora contou sobre sua evolução profissional, bastidores da produção do álbum e suas expectativas com a estreia do álbum e sua participação no festival AFROPUNK Salvador 2024.

Confira a entrevista completa:

Muita coisa aconteceu entre seu primeiro trabalho e seu trabalho mais recente, incluindo trabalhos com Saulo Fernandes, Lazzo Matumbi, Russo Passapusso… A Melly que se encontra aqui hoje, no BN, é a mesma de três anos atrás? O que mudou?

Definitivamente não. Eu acho… Eu tenho certeza que hoje eu me reconheço como parte da música, como artista, como uma pessoa que almeja viver disso e que vê futuro nisso. Antes eu fazia música porque música sempre foi o meu diário, a minha forma de expressar meus sentimentos. Eu sempre fui uma pessoa muito tímida, uma criança muito fechada e eu só conseguia dialogar sobre tudo o que estava querendo aprender, tudo o que eu conhecia, na canção, no violão, ali tocando. Então sempre foi meu sentimento verdadeiro, sempre o que eu gostava de fazer, por gostar. Mas eu estudava, eu faço faculdade - como eu te disse -, comecei a fazer Direito, não morava aqui em Salvador, morava em Natal. Eu tinha outra vida, completamente diferente, e aí depois que lancei “Azul”, as coisas simplesmente aconteceram de forma incontrolável. Eu não fazia a menor ideia de onde minha música poderia chegar. E acabou chegando, né? Eu conheci todas essas pessoas maravilhosas que você falou, conheci Saulo, lá no início também ele escutou “Azul” e gostou. Liniker também veio nessa, Russo também me presenteou com um amigo… Hoje eu tô totalmente diferente.

O ‘Amaríssima’ marca essa mudança na sua carreira. Ele fala sobre amadurecimento, mas também fala sobre seus relacionamentos. O crescimento profissional transbordando no crescimento pessoal, nos relacionamentos que você já viveu?

Assim, eu comecei muito nova na música. Aquela canção que você falou que gostava, ‘Nêga’, eu lancei quando eu tinha 17-18 [anos], e desde então eu comecei a fazer shows, a conhecer pessoas, a adentrar mais na carreira da música assim e eu me percebi amadurecendo forçadamente, né? Trabalhando ali com aquela cabeça de criança ainda, tendo que gerenciar uma carreira, tendo que pensar em como que eu me veria no futuro. ‘O que eu quero fazer daqui a 5 anos? Eu só tenho 17, mas como é que eu quero estar daqui a 10 [anos]? Como eu é que eu quero estar daqui a 15 [anos]? Eu vou continuar na música? O que é que eu preciso fazer?’. Enfim, minha cabeça foi envelhecendo, eu fui passando por muitas situações desconfortáveis e chegou um momento que eu tinha até perdido um pouquinho do apreço assim à música porque você acaba se decepcionando com como as coisas são no meio adulto, mas faz parte. ‘Amaríssima’ é o meu entendimento de que faz parte a gente passar por essas situações não tão confortáveis, essas coisas adultas… Esse café que a gente precisa aprender a gostar, a cerveja que a gente toma socialmente, o término que a gente tem que ter com alguns ciclos para poder começar outros, a saudade que a gente tem que sentir de alguém para poder selar aquele abraço quando a gente se encontrar, ser maravilhoso… E eu quis compor uma história sobre esse sentimento, né, e acabou, sim, permeando as minhas relações também. As minhas relações amorosas, minhas relações fraternas, minhas relações de amizade. Tudo relacionado.

E como tá sendo para você o recebimento do público com ‘Amaríssima’?

Como tá sendo? Rapaz, tá sendo incrível. Tá sendo massa. Eu não achei que fosse ser tão massa assim porque ‘Amaríssima’ é muito diferente de ‘Azul’. ‘Azul’ também eu era mais inexperiente, eu estava com saudades da Bahia - porque eu morava em Natal - e eu quis compor uma homenagem pra cá [Salvador]. Eu estava saudosista. Então ‘Azul’ virou esse sentimento de ‘Meu Deus, eu preciso revisitar as minhas raízes’. E aí falei muito sobre Bahia e eu atraí muito o público da Bahia e da galera que também é curiosa pelo que a gente faz aqui, pela cultura que a gente tem. Então eu fui mais no pagodão, que eu sempre gostei de ouvir, sempre gostava, fui mais em coisas que eram mais regionais. Nesse disco [Amaríssima] eu quis me alastrar na música mesmo, mostrar o que eu era capaz de fazer e experimentar. E eu fui para outras vertentes. Eu achei que o meu público não fosse se interessar tanto por essas que eu acabei criando, essas coisas novas que as pessoas não tem o costume de ouvir o tipo de música que eu faço. Eu achei que não ia ser bem recebido, mas a galera tá gostando. Eu só vejo bons comentários. As pessoas só vem falar comigo que admiram o esforço que eu tenho feito para transformar a música também, não ser igual, fazer coisas que façam sentido.

Você que cunhou um novo gênero musical novo, o “R&Bahia”?

Mais ou menos. Tem uma galera que já fazia isso também aqui na Bahia. Àttooxxá também é muito R&B, sabia? Àttooxxá vai muito, nesse… Principalmente porque Raoni [Knalha], as referências de Raoni, que é o vocalista, né? Um dos vocalistas, na verdade, junto com Oz, e, às vezes, Rafa também canta. Ele [Raoni] tem muita referência de Black Music, então quando eu escutava Àttooxxá, eu já via esse melindre na voz dele, esse caminho melódico que já caminhava também pro Ritmo e Blues [R&B] que eu peguei e mudei a denominação pra virar R&Bahia. Não fui eu quem comecei, não.

Como você explica esse termo para as pessoas que não conhecem?

Então, a minha influência principal é o R&B, Rhythm and Blues, que é um gênero norte-americano, mas que já participou e já passeou aqui na música brasileira em diversas outras referências que eu também tenho, de artistas nacionais. Djavan, às vezes, é muito R&B… Gil também, muito Black Music, muito R&B… Enfim, já tinha isso aqui, já tinha esse Soul, Tim Maia, Tony Tornado, eu já tinha essas refêrencias daqui e, aí, quando eu vou explcar para alguém o que eu faço eu falo, na maior parte das vezes, que eu canto pop, música popular brasileira, com influências dos gêneros que eu mais gosto, R&B, Soul, Black Music, Pagodão… Tudo que tem aqui na Bahia também que me ajudou a crescer.

Falamos sobre suas experiências com outros artistas e eu queria saber como foi para você compor e trabalhar junto com Russo Passapusso [BaianaSystem] em ‘Rio Vermelho’?

A minha história com Russo é engraçada porque eu não lembro como foi que começou, eu não lembro onde foi que eu conheci esse cara. Depois eu vou perguntar a ele onde foi que a gente se conheceu, onde foi que a gente se bateu, onde que a gente trocou contato assim… Como começou tudo mesmo, porque ele parece tão familiar na minha vida agora, parece uma pessoa que eu já encontrei em algum momento, em alguma outra vida, talvez, que a gente se bateu assim e rolou uma sinergia massa e ele me deu a chave do estúdio dele. Ele pegou a chave do estúdio que ele tem no Rio Vermelho, com Baiana, e aí disse assim ‘Poxa, Melly, quando você quiser ir lá, apareça’. E eu peguei a chave e fiz ‘É mesmo, Russo? Você quer que eu vá mesmo pra lá?”, e ele ‘Não, de boa, pode ir’. E eu fui. E a maior parte do disco [Amaríssima] foi feita ali. Eu também trabalho muito de casa, eu tenho um home studio em casa, eu produzo em casa também, mas é bom ter um espaço pra gente encontrar pessoas, não convidar para seu quarto. Às vezes convidar alguém para sua casa não é tão legal assim, é melhor que seja num espaço apropriado para isso. E Russo me deu essa oportunidade, ele tava lá todos os dias também, escutando as canções e dando dicas e conselhos, referências… Muitas vezes eu ficava sem direcionamento nas músicas assim, porque a gente acaba se escutando muito, né? E como eu participo, faço questão de todos os processos, acaba que o ouvido vicia e que a gente acha que está tudo ruim, acha que não está legal, mas Russo estava lá para falar ‘Não, Melly, escuta isso aqui, bota essa parada aqui. E aí, um belo dia, eu tinha feito uma música no violão, na pandemia, e lembrei dessa música. O nome da música era ‘Deixa’ e eu comecei a produzir. E eu produzindo não tava achando o lugar para aquela música chegar, não sabia se era Reggae, não sabia se era Bossa Nova… Eu tinha composto em Bossa Nova, no violão, mas tudo que eu faço no violão também é MPB. Enfim, quando eu passei para produção eu não sabia que caminho seguir, aí eu mostrei para Russo, fiz ‘Russo, vê se você gosta dessa música aqui. Qual caminho você acha que é?’ e ele falou ‘Não, rapaz, essa zorra aí é Samba Reggae, a gente tem que explorar o Samba Reggae’, aí ele pegou, meteu um verso e a gente confluiu tudo e construiu junto a música. E saiu ‘Rio Vermelho’. Passou de ser ‘Deixa’, para se tornar ‘Rio Vermelho’.






Então tem um pouco de Russo em cada um dos singles?

Tem um pouco de Russo em tudo ali. Ele escutou tudo, participou de tudo. Foi um parceiro. É um parceiro para vida. Ainda bem. Um beijo, Russo.

E essa troca de experiências, além de Russo, com outros artistas que você trabalhou, você abriu show pra Luedji Luna e para outros também… Como foi a experiência?

Onde foi? Foi em São Paulo… Esse show foi fod*. Essa experiência do show estava muito nervosa, eu tinha lançado 'Azul' há pouco tempo, eu não sabia que 'Azul' ia me colocar naquela proporção, como eu disse. E aí, quando eu penso que não, estava em São Paulo, em uma casa de show que comporta 5.000 pessoas, abrindo show para Luedji Luna, que é uma das minhas referências, uma das poetisas que eu mais admiro. O trabalho dela me inspira todos os dias também, assim como Russo, assim como Liniker, assim como diversos outros artistas. Enfim, ela me fez esse convite e quando eu cheguei lá, eu estava muito nervosa, ansiosa para poder mostrar aquilo ali e eu dei tudo de mim no palco. Tentei me divertir. Apesar do nervosismo, tentei me divertir. E a maior parte [do público] não me conhecia assim, eu acho que foram mais para assistir Luedji, claro. Tinha algumas pessoas ali do meu público, que já sabiam quem eu era e tinham pessoas que tinham acabado de ver… eu. Acabado de me ver. Chegou um determinado momento do show que eu toquei ‘Barril’ e foi fod*. A gente tocou ‘Barril’’ numa energia massa e a galera começou a gritar meu nome, aí eu quase chorei. O povo ‘Melly, Melly’ e isso nunca tinha acontecido na minha vida e, enfim, eu sou uma pessoa bastante insegura também. Às vezes a gente acha que o artista é sempre seguro de seu trabalho e a gente sempre está acreditando no que a gente faz, mas é uma carreira difícil, acreditar no seu tino, acreditar na sua verdade, acreditar nessas coisas. Depois daquele show ali, rolou aquela… sei lá… A galera curtiu junto comigo, eu curti junto com a galera, rolou aquele negócio, aquele sentimento louco e eu fiquei ‘Por*a, então é isso mesmo, estou fazendo alguma coisa, certa. Foi um show legal.

Está no caminho de cantora, mas também teve um trabalho como atriz, no curta-metragem de ‘Amaríssima’. Como foi para você estrear como atriz para o trabalho do curta-metragem?

Eu já tinha feito alguns outros clipes. O meu primeiro clipe de carreira foi (In)verdade, uma música que eu fiz bem novinha também, que a gente juntou dinheiro. Meu pai juntou dinheiro, investiu e a gente fez. E aí, depois, eu gravei ‘Azul’ e foi isso, poucas experiências com atuação. Coisas simples, coisas básicas. Porque de certa forma também você precisa atuar num clipe, mesmo que eu não esteja falando, mesmo que eu só esteja cantando, a gente tem que passar a expressão no olho, a gente tem que passar o sentimento. E aí, foi uma pincelada para chegar nesse filme de ‘Amaríssima’. Como eu compus o disco pra ser uma história, pra tudo ter relação, pra contar algo, um conceito de algo. Eu achei que o audiovisual tinha que ser conectado também, eu não queria fazer só clipes para singles soltos, específicos, e ficar algo desconjuntado. E aí, um colega meu de trabalho, que ainda trabalha comigo hoje, deu essa ideia da gente fazer [o curta-metragem]. Antes seria uma trilogia. A gente ia pegar três músicas e fazer esse audiovisual, mas acabou que veio a gravadora, vieram outros investimentos, e a gente conseguiu, graças a Jah, fazer algo mais produzido e virou esse filme, que Edvaldo Raw dirigiu, meu parceiro, meu grande parceiro. A gente roteirizou juntos, pensamos nessa história. Como que a gente falaria sobre esse amor que acabou, mas que não é o fim. Como que a gente ia passar essa verdade. E foi isso, mas eu fiquei muito nervosa para atuar também, eu só atuei mesmo porque a gente tem se jogar. Se veio a ideia, se rolou a ideia, se rolou o investimento, se tudo fluiu para aquilo, eu pensei: ‘Por*a, eu não entregar uma coisa meia boca aqui, eu preciso dar tudo de mim e rolou. Mas eu não sou atriz, nunca fiz aula de atuação, eu só sou descarada mesmo. Me joguei na cara de pau, peço licença aqui a todos os profissionais dessa área, porque não é fácil. Não é fácil você ficar confortável para ser uma pessoa que você não é. interpretar um personagem ali mesmo. Não que eu tenha interpretado muito. Acho que eu fui muito eu ali também naquele filme porque é difícil a gente, de primeira assim, ser fod*. Era tudo muito meu ali, então acabou que eu fui, em certos momentos, em algumas cenas muito eu, em outras vezes fui um eu lírico, mas é muito difícil, muito complicado. Dou meu ponto a todos os atores e atrizes desse Brasil porque é uma ciência poderosa.




E os próximos trabalhos? Vai ter esse audiovisual mais completo com você como atriz?

Eu não sei ainda, agora que eu lancei ‘Amaríssima’, eu passei um ano e meio, quase dois anos, produzindo ‘Amaríssima’, então minha cabeça ficou naquele loop intenso daquele trabalho e agora eu quero fazer com que tenha valido a pena esse tempo. Trabalhar em cima do disco bastante tempo, rodar com ele no Brasil. Quero que mais pessoas passem a escutar esse trabalho que eu coloquei meu coração ali, que eu passei tanto tempo investido. Agora eu não tenho pensado em lançar muito mais coisa, não. Eu acho que eu quero ficar com ele um tempinho ainda. Talvez a gente lance um deluxe… deixar isso aí.

Talvez esse Deluxe tenha alguma relação com os bastidores que você compartilhou com Rafa Chagas?

Não, ali é outra coisa. Ali sou eu compondo. Porque eu sou compositora também, eu sou produtora. Eu não me vejo só como essa pessoa que vai ser artista que tá assim, na cara de todo mundo. Acho que eu vou colocar meu pseudônimo ali em alguns lugares também. Compor para algumas pessoas que eu gosto, produzir para alguns artistas que eu acredito.

Tem algum artista na cena agora que você goste muito do trabalho, tanto da Bahia, quanto do Brasil, que você confia e daria várias composições para eles?

Tem vários. Tem Felipe Barros, que é um parceiro de composição também incrível que eu tenho, tem Dja Luz. Tem um artista que ainda não lançou muita coisa ainda, mas ele vai lançar, o nome dele é Lion. Gosto muito da voz dele, do trabalho dele, quero fazer muitas coisas. Eu entregaria muitas composições pra Luedji também, pra Xênia, pra Russo, se ele quiser mais coisa aí também, se ele quiser um dia uma coisa mais melódica, um dia, se ele for cantar. Faria coisa pra Saulo. Oxe, faria para todo mundo. Todo mundo que eu conheço e gosto, eu faria música.

Vai ter o primeiro show da turnê ‘Amaríssima’, aqui em Salvador, no Quincas Berro D’Água, esse mês, e eu queria saber de você qual é a sensação de estar iniciando essa nova etapa de sua carreira?

Eu tô bastante animada, bastante confiante. Eu acho que as coisas tem caminhado muito bem, eu tô muito gratificada também por tudo que tem acontecido e onde a música tem me levado. Quem imaginaria que eu ia esgotar 800 ingressos de uma praça em dois dias, três dias… Quando eu postei que eu ia fazer o show a galera esgotou as meias entradas e depois de três dias esgotou as inteiras também. Estão pedindo segunda data. Vai ter show no Afropunk também, vão ter shows em diversos outros estados do Brasil. Eu nunca imaginei que isso fosse ser possível. E eu fico assim, só feliz que eu posso subir no palco, tenho a certeza de que eu vou subir no palco e eu vou cantar ali para pessoas que vão trocar verdadeiramente comigo, vão vibrar a música ali, vai ser lindo.




O que eu imagino que vai ser incrível também vai ser o Afropunk. Afropunk que você já esteve antes na primeira edição, como convidada, e agora você foi confirmada como atração principal. O que você sente com essa mudança?

De lá para cá foi muito trabalho e tentativa de evolução pessoal, evolução profissional. Eu tô muito orgulhosa do que eu tenho conseguido fazer até agora porque, de fato, é difícil. E eu como pessoa tímida e insegura assim, eu já quero ‘Ah, não gente, eu nunca vou conseguir chegar em tal lugar, eu nunca vou conseguir fazer tal coisa’. E ver tudo isso acontecendo assim é irreal pra mim, parece sonho. Eu vou tocar num dos maiores festivais do mundo que celebra a cultura preta, com 23 anos, com meu primeiro disco. Muita coisa boa acontecendo para ser verdade. Às vezes eu fico até… Desacreditada. Eu tô muito feliz. A primeira vez foi bem breve, eu cantei uma música só. Fiz participação no set [setlist] dos meninos do DEEKAPZ, que eu gosto muito também, inclusive tem faixa deles nesse primeiro disco [Amaríssima]. A gente lançou “Fala de Amor” e “Bandida” juntos, são deles. Produção deles.




Rachel Reis teve algumas músicas recentemente em trilhas sonoras de novela. Se você pudesse escolher uma música sua, do Amaríssima, para ir pra trilha de novela, qual música seria e para qual tipo de personagem?

Eu acho que ‘Falar de Amor’ seria uma música de vilã, ‘10 minutos’ seria uma música para algum momento sensual, alguma cena quente aí pá… ‘10 minutos’. ‘Bye Bye’ seria uma música para algum momento bem triste assim. Uma desilusão… Seria massa para alguma cena. Seria massa alguma música minha em alguma novela mesmo, não tinha pensado nisso.

Se fosse trilha sonora, qual seria a reação de Melly com isso?

Eu acho que eu ia transbordar, talvez eu chorasse, talvez eu fizesse um vídeo mandasse para minha família. Muito provavelmente eu ia gravar e mandar a algum querido. A gente ia comemorar junto, vibrar junto e depois eu ia sair para tomar uma cerveja.