Justiça revoga prisão de PM aposentado que atirou e matou passageiro no metrô de SP

A Justiça de São Paulo revogou a prisão preventiva do policial militar reformado de 57 anos acusado de matar um passageiro na Linha 3-Vermelha do Metrô, em um incidente ocorrido no dia 20 de fevereiro. Eneas Jose da Silva havia sido detido em flagrante por homicídio após o disparo que vitimou um jovem de 20 anos, durante uma discussão iniciada dentro de um dos vagões. A briga culminou na plataforma da estação Vila Matilde, por volta das 18h20, onde o policial efetuou o disparo fatal.
A juíza Isadora Botti Beraldo Moro, da 5ª Vara do Júri Criminal, baseou sua decisão na idade do réu, em seus bons antecedentes, na comprovação de residência fixa e em sua condição de policial militar aposentado. Como medidas cautelares, a magistrada determinou a suspensão do porte de arma de fogo de Eneas, além de outras restrições.
A decisão judicial atendeu a um pedido da defesa, que obteve parecer favorável do Ministério Público. O advogado Mauro Ribas argumentou que vídeos da época demonstravam Eneas no chão, efetuando "um único disparo para se defender". Segundo Ribas, as imagens foram ampliadas e apresentadas à Justiça, comprovando que, após o ocorrido, Eneas acionou o 190 por três vezes, solicitando uma viatura e socorro para a vítima.
Para o advogado, tais evidências tornavam a prisão desnecessária, e a tese de legítima defesa continuará a ser sustentada durante o processo. A juíza também impôs outras medidas cautelares, como o comparecimento bimestral do réu em juízo, a proibição de se ausentar da comarca por mais de oito dias sem autorização judicial, a impossibilidade de contato com testemunhas e o recolhimento domiciliar noturno, entre 22h e 6h.
Na época do crime, o Metrô informou que seus seguranças, ao perceberem o ocorrido pelas câmeras de vigilância, prestaram os primeiros socorros à vítima. O jovem foi atendido pelo SAMU e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, mas não resistiu aos ferimentos. Já o PM foi levado à UPA da Vila Carrão, queixando-se de dores na perna e na cabeça, sendo posteriormente encaminhado ao IML para exame de corpo de delito e, em seguida, ao Presídio Militar Romão Gomes.