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Folia por um fio? Agentes da festa vislumbram saldo positivo para Carnaval de Salvador em 2025: "Está se recuperando"

Publicado em 07/09/2024 às 03:04:41
Folia por um fio? Agentes da festa vislumbram saldo positivo para Carnaval de Salvador em 2025: "Está se recuperando"

Pular atrás do trio se tornou uma preocupação para os foliões que questionam a possibilidade do Carnaval de Salvador deixar de existir em um curto espaço de tempo devido às mudanças envolvendo a festa desde a sua criação.

A preocupação também aflige os empresários do setor de entretenimento que buscam nos circuitos já existentes da festa, espaços para abrigar os camarotes e avenidas que comportem a grandiosidade dos tradicionais blocos da festa, além de vagas para novidades nas ruas.

Afinal, estaria o Carnaval por um fio? Ou melhor, por uma corda frouxa? Para quem curte a festa, é nítida a redução significativa de blocos na rua nos últimos dez anos de folia. É também visível e exaltada a crescente dos trios independentes, proporcionando grandes atrações para o folião pipoca.

Em entrevista ao BN, o empresário Washington Paganelli, presidente do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar) e responsável pelo bloco As Muquiranas, apontou um aumento no recadastramento obrigatório dos blocos que têm interesse em participar do Carnaval em 2025.

"No ano passado nós tivemos um aumento de blocos, e esse ano tem blocos novos voltando, como o Cheiro, além de outros que manifestaram o interesse em voltar para o Carnaval. Todos que saíram ano passado estão confirmados, e muitos voltando, o que é muito bom. O Carnaval de Salvador está se recuperando", afirmou.

Foto: Priscila Marinho

Para Paganelli, a teoria do fim da folia é distante, mas é necessário valorizar a cultura local e perceber com mais atenção as mudanças. "O Carnaval é pulsante. Ele vem mudando durante os anos tanto nessa questão de circuitos, como no formato. Vieram os camarotes, acabaram-se os clubes. Eu acho que tem espaço para tudo. Tem blocos que já estão com o espaço certo, artistas também, tanto é que Bell tem três blocos. E a procura por blocos que deixaram de existir, por exemplo, prova que o Carnaval está para todos e vive".

O empresário Marcelo Britto, CEO da Salvador Produções, por exemplo, irá estrear um novo espaço na folia em 2025, o Camarote Glamour Salvador. Para Britto, que é responsável por diversos shows na capital baiana e pela carreira de Léo Santana, o surgimento de novos camarotes e a desistência de alguns artistas em colocar o bloco na rua, tem a ver com o estudo de mercado e do que o público quer curtir.

"Isso é a democracia do Carnaval, eu acho que a cada ano ele se fortalece mais. Acontece de ter menos blocos, mas tem grandes atrações na rua arrastando um grande número que vai de senhora, idoso, a criança. E o interessante é que quem quiser buscar um conforto maior, mais segurança, bebida, comida, varanda imensa, vai buscar o camarote. E isso é o Carnaval de Salvador."

Foto: Lucas Leawry

Sócio de Brito no Camarote Glamour Salvador, o empresário Marcelo Rangel cita a pluralidade do Carnaval como a maior fortaleza da festa e também não acredita em um fim da folia, mas na reinvenção. "O grande ator do Carnaval são os blocos de rua com os artistas no trio elétrico, mas a festa é boa pela pluralidade que ela oferece. Tem os blocos, os grandes artistas em trios independentes e tem também os camarotes", afirmou ao BN durante o lançamento do espaço.

Para Valter Brito, empresário do Cheiro de Amor, que neste ano anunciou o retorno do Bloco Cheiro com um dia de desfile no Circuito Dodô (Barra-Ondina), é nítida a mudança do cenário de blocos após o alto investimento público nos trios independentes. O retorno do Cheiro ao Carnaval só foi possível após um estudo e pesquisa de campo, na qual foi percebido o desejo do público em pular atrás do trio novamente.

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O empresário afirma que a escolha de sair apenas um dia na folia foi uma decisão pensada para o que ele acredita que será um novo formato para os próximos anos.

"As pessoas sentem saudades de brincar no bloco. A grande dificuldade que existe hoje é a captação de patrocínio. Os blocos sempre foram viabilizados através de patrocínio, com essa perda de visibilidade, de transmissão, tudo isso foi afastando as marcas desse tipo de investimento. Mas ela sempre vai existir, ela existiu quando começamos, existe durante o percurso, mas as dificuldades existem em qualquer situação que você vai empreender não tem jeito. É trabalhar para derrubá-la."

Fábio Almeida, sócio-diretor da Join Entretenimento, que em 2024 entrou no Carnaval de Salvador com o Camarote Brown, em parceria com Carlinhos Brown, citou ao site um cenário positivo pintado pela imprensa com uma alta nas vendas de camarotes e blocos que já estão na rua, mas acredita que ao falar sobre Carnaval, é necessário ser pé no chão.

Foto: Instagram

"O fato é que a gente tem um gargalo, um ponto do Carnaval que diz respeito a corda, não é nem ao cordeiro, é a corda. Tem um estrangulamento, um afunilamento do público que tem algo que precisa ser levado em consideração. Esse modelo precisa ser revisitado."

O empresário cita a prosperidade artística grande em Salvador, mas a falta de atenção para quem faz a música acontecer e quem tem se comunicado diretamente com a massa.

"A minha visão não é pessimista, mas ela é muito realista. Nada de novo aconteceu em formato, nos últimos anos, por falta de uma engrenagem maior que é o que está por trás. Carnaval tem que ser discutido o ano inteiro [...] É inteligente, além de necessário, trazer o turista não apenas para os camarotes, para os blocos de corda, mas fomentar a Bahia mais cultural, a saída do Olodum, a saída do Ilê, a saída do Gandhy. Porque o Carnaval é muita coisa e pouca coisa é publicizada, mas muita coisa acontece e que torna ele rico."

O mesmo é pontuado por Carlinhos Brown, que exalta a expertise de Salvador em fazer o Carnaval acontecer e a importância de ser criativo para transformar a festa. Para Buja Ferreira, vocalista da banda Timbalada junto com Denny Denan, o folião como prioridade se tornou tendência para a folia baiana.

“O Carnaval é do povo, o Carnaval é da rua, e eu fico muito feliz, eu fico emocionado, eu, que vim da comunidade, eu sei que as pessoas têm sonhos de atrás do trio e eu fico muito feliz, emocionado, e o Carnaval é da rua, o Carnaval é do povo, a Timbalada é da rua, a Timbalada é do povo.”

Foto: Lucas Leawry

Ao BN, durante entrevista na rádio Antena 1, o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, foi positivo ao falar sobre as mudanças relacionadas ao Carnaval.

"Eu acho que o Carnaval está se transformando, a gente tem um Carnaval hoje mais diverso, mais popular. Os blocos afro tem mais protagonismo do que tinha 10 anos atrás, a rua tem protagonismo maior. A criação do Furdunço foi uma coisa muito importante porque trouxe o Carnaval de rua em que a estrutura do bloco não é tão relevante. É uma transformação que, na minha opinião, está indo para um lugar legal."

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